Igreja-lavoura: o joio e o trigo

(…) Jesus Cristo utiliza várias parábolas falando da semeadura, da plantação do Reino. Uma das parábolas clássicas é a do semeador que saiu a semear. Uma outra parábola intrigante e que queremos hoje comentar é a Parábola do Joio e do trigo. O Papa Francisco numa das alocuções marianas, comentou essa Parábola do Joio e do trigo, dizendo assim: “Sabemos que o demônio é um espalhador de cizânia: sempre em busca de dividir as pessoas, as famílias, as nações e os povos”. Os trabalhadores queriam logo arrancar a erva daninha, mas o patrão os impediu com a seguinte motivação: ‘Não! Pode acontecer que, arrancando o joio, vocês arranquem também o trigo’. “Sabemos que a cizânia, quando cresce, se parece muito com a boa semente e existe o perigo de confundi-las”.

O ensinamento da parábola é duplo. Primeiramente, diz que o mal existente no mundo não vem de Deus, mas de seu inimigo, o maligno. Ele vai à noite semear a cizânia, na escuridão, na confusão, onde não há luz. Este inimigo é astuto: semeou o mal em meio ao bem, tornando impossível aos homens separá-los claramente; mas Deus, pode fazê-lo”. Na explicação dessa parábola do Joio e do Trigo, o Papa Francisco chamou a atenção para “a contraposição entre a impaciência dos servos e a espera paciente do proprietário do campo, que representa Deus”.

A Igreja é a lavoura e o campo de Deus. Deus é dono desse campo, onde nasce coisas boas e más. Diz o Papa: “Nós às vezes, temos muita pressa em julgar, classificar, colocar os bons de um lado e os maus do outro. Lembrem-se da oração do homem soberbo: “Deus, eu te agradeço porque sou bom e não sou como aquele que é mal”. Deus, ao invés, sabe esperar. Ele olha no campo da vida de cada pessoa com paciência e misericórdia. Vê muito melhor do que nós a sujeira e o mal, mas vê também os germes do bem e espera com confiança que amadureçam. Deus é paciente, sabe esperar. O nosso Deus é um pai paciente que sempre nos espera e nos espera para nos acolher e nos perdoar”.  (…)

A imagem da Igreja como grande lavoura de Deus tem isso. Também o inimigo semeia joio. Cabe com paciência nos irmos regando a boa semente, para que a má não vingue, não se misture, não abafe a semente do bem.” (…)

Fonte: Jackson Erpen – Cidade do Vaticano em https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2021-06/igreja-lavour-joio-trigo-padre-gerson-schmidt.html