O cristão tem que defender a vida como Deus a pensou

“Eu vim para que todos tenham vida” (Jo 10,10). Sem dúvida nenhuma esta afirmação de Jesus é fundamental para a vida do cristão, pois ela nos insere, nos coloca no plano que Deus desde o início da criação pensou para o ser humano. Deus, criou o homem e a mulher para que eles vivessem. Por isso, a vida é o maior dom, o maior presente que Deus nos deu. A ressurreição de Jesus Cristo é a palavra final de Deus a respeito da vida. A vida é mais forte que tudo, inclusive mais forte que a morte. Aqueles que tiraram a vida de Jesus acharam que a morte daria um fim a tudo o que Jesus ensinou e fez. Porém, Deus quis mostrar que a morte não tem a palavra final e por isso ressuscitou seu Filho Jesus Cristo. Celebrar e viver a Páscoa a cada ano é reafirmarmos que a vida é o bem mais precioso neste mundo. E por isso o cristão deve se opor a toda e qualquer situação, onde a vida é colocada em risco ou está fragilizada. Não existem argumentos possíveis para se admitir a morte. Nem do inocente e nem do culpado.

Vivemos numa situação atual da nossa realidade brasileira na qual parece que o valor da vida está ofuscado. É tão grave que, às vezes, nos pegamos defendendo a pena de morte ou o aborto. Vivemos uma realidade que deixa de valorizar a vida o suficiente, seja pela violência, seja pela precariedade da vida de muitos que não têm as mínimas condições de vida, seja pelo completo desrespeito às pessoas em todos os níveis, seja por atitudes e mentalidades que também geram situações de morte, tais corno: egoísmo, ganância, individualismo, indiferença, preconceito, intolerância, vingança, mentira etc. O cristão quando celebra a Páscoa ele quer fazer uma passagem de todas essas situações, atitudes e mentalidades que geram a morte, para viver e criar situações e condições onde a vida possa crescer plena, em abundância. O cristão crê na vida, na vida vivida com qualidade. Anunciar a ressurreição de Cristo é proclamar que Deus quer vida para todos. “Eu vim para que todos tenham vida.”

Fonte: Pe. Átila Latini msc, Pároco da Igreja Nossa Senhora do Sagrado Coração – Santuário das Almas Niterói