Foi o Papa Francisco quem nos trouxe a expressão “Igreja em saída”. Isto porque ele certamente sentiu em seu coração a necessidade de conclamar a Igreja para uma postura missionária que não somente esperasse de portas abertas aqueles que dela necessitam, mas que fosse ao encontro dos afastados e excluídos da sociedade. Olhando para a realidade que nos cerca, o quadro parece desanimador. Primeiro porque vivemos numa realidade de grande indiferença religiosa. Segundo porque a nossa Igreja não tem tanta visibilidade como tinha antes. Hoje existem grandes denominações cristãs, sobretudo as de cunho neopentecostal, que avançam de forma irreversível sobre grande parte da população cristã, inclusive sobre os próprios católicos.
Com a dura realidade que nos cerca, marcada pela pobreza, pelo preconceito, pela exploração, a Igreja deve abrir caminhos de diálogo com essas situações de exclusão. Nesse ponto, mas não somente nesse, nossas comunidades devem estender seus limites de atuação pastoral, fazendo-se presente com aqueles que não sentem o amor evangélico chegar até eles, na sua indigência e no seu sofrimento. Para isso, é importante que nossas comunidades sejam missionárias e que busquem as pessoas onde quer que elas se encontrem. Compaixão e solidariedade são, neste contexto, ingredientes fundamentais para que a Igreja saia em busca dos sofredores.
Uma Igreja em saída não deve ser somente uma força de expressão. Mas um impulso missionário que nos coloque em contínuo movimento em direção às periferias da vida. Com isso, não estaremos realizando nada além do que a nossa obrigação. Se somos seguidores de Cristo, devemos segui-lo por onde sua misericórdia nos levar, não interessando se é para longe ou para perto. O importante é que saibamos sair e, ao voltarmos, trazer para a comunidade os que dela se sentem afastados. Missão é, entre outras coisas, esse contínuo testemunhar o Evangelho de Jesus Cristo, que faz com que a salvação entre na vida das pessoas, transformando-as e aproximando-as da comunidade que é de todos e para todos.
Pe. Alex Sandro Sudré, MSC