O presépio e o Sínodo

Convocados pelo Papa Francisco, a Igreja prepara-se para realizar o Sínodo dos Bispos, em 2023, tendo como tema: Por uma Igreja Sinodal, e lema: Comunhão, Participação e Missão. Sínodo que significa caminhar juntos. E justamente no presépio, vemos o modo em que Deus escolheu para caminhar junto de seu povo. O Sínodo, na atualidade, nasceu sob a inspiração do Concílio Ecumênico Vaticano II, embora tenha a prática da sinodalidade nos tempos bíblicos e na história da igreja. O mesmo Concílio Vaticano II afirma que somos uma Igreja Povo de Deus.

(LG – Lumen Gentium (Luz dos Povos) – Constituição Dogmática – Concílio Vaticano II).

Papa, bispos, padres, diáconos, religiosos e religiosas, leigas e leigos, somos todos iguais, pela graça do batismo. Neste corpo eclesial, temos funções e responsabilidades diferentes, isso não nos torna melhores do que ninguém. Todos os batizados, formam o Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja. Ele é a cabeça, nós os membros.

O Sínodo deseja ouvir atentamente o que Deus quer para sua Igreja pela oração; ouvindo cada pessoa que compõe a vida da comunidade: pastorais, movimentos, organismos eclesiais, os que não têm uma participação ativa; outras Igrejas Cristãs; outras religiões, e mesmo aqueles e aquelas que não professam nenhuma religião. Sobretudo, ouvindo os pobres, os descartados e marginalizados na sociedade e na própria Igreja. Podemos dizer que encontramos no presépio uma espiritualidade que nos ajuda a viver o Sínodo de nossa igreja, pois foi neste lugar que nasceu a Palavra que se fez carne, lugar de acolhimento, do cuidado, do afeto. Ali foi a primeira Igreja de Jesus. Uma igreja sem ostentação, sem luxo, aberta a natureza, às pessoas simples e diferentes. Verdadeiramente uma Igreja pobre, próxima dos pobres, como tanto nos fala o Papa Francisco. Todos têm seu lugar, chegando enchem-se de encantamento. Partindo, vão anunciando, maravilhados, que encontraram.

Nos Evangelhos de Mateus e Lucas, encontramos Maria ouvindo Deus pelo anjo Gabriel e por Isabel, sua prima. José ouve a Deus pelo anjo, em sonhos. Os pastores, que eram pobres e descartados, ouvem pelo anjo, em meio a um cântico de louvação. Os Magos, que possivelmente não tinham religião ou eram de outra religião, veem o sinal da estrela. Cada um responde segundo seu coração.

Quatro verbos importantes na liturgia do tempo do Natal e no caminho sinodal: ver, escutar, dizer, agir.